Estudar no estrangeiro: checklist para estudantes que vão estudar fora de Portugal

Ir estudar fora é um passo muito importante na vida de um estudante, tem que enfrentar muitos medos, encarar toda uma aventura sozinho sem a presença da sua família e amigos de toda a vida, passar por muitos procedimentos administrativos para poder concluir os seus estudos em outros países... Mas sem dúvida, estudar em outro país é uma experiência muito enriquecedora a todos os níveis: académico, pessoal e profissional.

Se pensa em solicitar uma bolsa para estudar no exterior, ou poupou dinheiro e deseja fazer os seus estudos universitários em outro país ou o Mestrado que gosta numa universidade fora de Portugal, aqui queremos incentivá-lo a fazê-lo. É normal ter dúvidas, mas a experiência de ir estudar em outro país tem sempre aspetos positivos. Se pensa em tomar a decisão ou já tomou a decisão e no próximo ano tem a sorte de ir estudar em outro país, preparamos uma lista com todas as coisas a serem consideradas antes de ir estudar em outro país, desde os procedimentos administrativos que deve realizar, vistos de estudante, seguro de viagem, acomodação, transporte, enfim, uma visão geral de tudo que deve considerar quando for estudar em outro país.

 

1. Procedimentos administrativos para estudar em outro país 

Antes de ir estudar em outro país é importante ter todos os documentos em ordem. O volume de procedimentos administrativos depende dos estudos que pretende realizar no estrangeiro e da forma como os vai realizar. Se quiser fazê-lo de forma independente, terá que preencher mais formulários do que se o fizer através de uma universidade portuguesa ou uma bolsa para estudar em outro país.

  • Ir estudar no exterior com bolsa: essa é uma das modalidades mais simples. É quando está matriculado numa universidade em Portugal com convénio com outras universidades no exterior. Ao obter a bolsa, poderá trocar os créditos obtidos no outro país na sua universidade de origem. As bolsas mais conhecidas são as bolsas Erasmus e as bolsas para estudar na América Latina, mas outros países também têm convénios com universidades portuguesas. Neste modelo ainda tem que completar vários procedimentos, mas toda a inscrição é feita a partir da universidade e eles se encarregam de enviar os formulários e informar todos os documentos que precisa: desde a inscrição, histórico académico, acordo de aprendizagem, reconhecimento de disciplinas, visto de estudante… Outro dos pontos mais importantes desta modalidade é que normalmente não tem propinas na universidade de destino, ou seja, pagas as propinas na sua universidade de origem e não tem de pagar nada ou quase nada (dependendo de cada país) na universidade de destino onde vai estudar por um ano.
  • Ir para o estrangeiro por conta própria: essa modalidade é complicada. Se deseja iniciar uma universidade do zero em outro país ou iniciar um mestrado, deve encontrar todas as informações e todos os processos necessários. Tenha em mente que quando vai estudar no exterior com uma bolsa de estudos, o processo de inscrição e aceitação é realizado na universidade de origem; aqui, no entanto, deve concluir o processo de inscrição seguindo as etapas estabelecidas pela universidade. Algumas universidades de elite têm processos de admissão bastante difíceis. Normalmente tem que apresentar o seu histórico académico anterior e também uma carta de motivação explicando porque quer estudar naquela universidade. Em muitas universidades as vagas são limitadas e nem todos os alunos terão acesso ao curso. Em algumas universidades ao redor do mundo, o estudo é gratuito, portanto, se cumpre com os requisitos, talvez não precise pagar nada, no entanto, em outros países, os custos das taxas académicas são muito mais altos do que estamos acostumados em Portugal. Lembre-se do seu orçamento ao selecionar a universidade em que deseja estudar.

 

1.1  Visto de estudante para estudar no exterior

É importante conhecer a política de imigração de outros países. Cidadãos com passaporte português podem circular livremente por todos os países da União Europeia, ou seja, obter um visto de estudante ou credencial de estudante é um mero procedimento. No entanto, outros países têm entrada limitada para estudantes estrangeiros e é necessário obter um visto de estudante.

Cada país tem acordos diferentes com Portugal, por isso é importante que conheça o sistema educacional do país de destino e também o do seu centro de estudos. Alguns centros estrangeiros podem ajudá-lo a obter todos os documentos necessários para ir estudar lá, em outros casos, terá que estar atento e tratar das inscrições e pagar toda a papelada. Quando vai estudar em outro país com bolsa, normalmente a universidade se encarrega de fazer esses vistos.


1.2 Seguro de viagem para estudantes

Quando sai para concluir os seus estudos superiores em outro país, deve considerar que nem todos têm o mesmo sistema de saúde que temos em Portugal, por isso é necessário ter um seguro que cubra qualquer categoria de acidente que pode ter enquanto faz os estudos em outro país. Dentro da União Europeia, pode utilizar o Cartão Europeu de Saúde que lhe garante cuidados médicos, pode solicitá-lo diretamente em Portugal com a duração de 12 meses.

Quando vai estudar em outro país fora da União Europeia, em alguns casos o seguro de viagem não é necessário, é obrigatório. Em outras palavras, não poderá obter um visto de estudante ou ser aceite no centro de estudos se não tiver seguro de viagem com determinadas coberturas. As coberturas mínimas também são estabelecidas por cada país. Às vezes, as universidades podem oferecer ajuda com esse serviço e enviar agentes colaboradores para fechar o seguro de viagem, mas sempre recomendamos fazer pesquisas independentes para obter os melhores preços no seu seguro estudantil e a melhor cobertura para não ter surpresas durante a sua estadia fora do país.

 

2. Orçamento para estudar em outro país

Nos pontos anteriores, falamos sobre os procedimentos administrativos necessários para estudar no exterior, não devemos esquecer que todos esses procedimentos podem acarretar um custo: as taxas administrativas da universidade, o custo do visto de estudante e o preço do seguro para estudantes. Na modalidade de ir para o exterior com bolsa, os custos desses procedimentos são mínimos, mas é sempre importante levá-los em consideração. Nem todas as pessoas podem pagar para estudar no exterior, aqui tem uma lista com todas as bolsas e bolsas para estudar em outro país.

A seguir mostramos os restantes custos que os estudantes terão durante a sua estadia no exterior. Ao selecionar o país de destino, é fundamental saber o custo de vida no país, considerar o custo de estadia, transporte, quanto pode custar uma compra mensal de alimentação, faturas de luz, água, gás. … Em geral, tudo o que precisa para ter uma vida normal enquanto estuda em outro país. A cesta de compras é um elemento fundamental para medir o custo de vida num país, saber quanto custa a alimentação e o preço dos bens básicos, mas também é importante considerar o lazer, quando vale a pena jantar num restaurante ou ir sair para tomar uma cerveja. Vamos analisar com mais detalhe os elementos de maior peso no orçamento de um estudante que vai estudar noutro país:

 

2.1 Estadia

Encontrar acomodação estudantil em outro país é um dos passos mais importantes. Não conhecer a cidade de destino dificulta a escolha do bairro para morar ou saber como funciona o transporte público. Entre as alternativas que os alunos podem encontrar quando saem, as mais comuns são:

  • Residências universitárias: é uma boa opção se não sabe quase nada sobre a cidade de destino e os apartamentos estudantis que conseguiu ver online não lhe dão muita confiança. A vantagem de conseguir um quarto numa residência universitária é que tem a acomodação organizada praticamente desde o primeiro dia. As residências geralmente ficam próximas à universidade, então não terá problemas com transporte. É ideal se não conhece ninguém, pois compartilhará diretamente a acomodação com centenas de estudantes. As residências possuem diferentes modalidades nos quartos, desde quartos individuais para cada aluno, até quartos compartilhados. Outro ponto positivo é que as contas costumam estar inclusas no preço, ou seja, não precisa se preocupar em se registar numa empresa de eletricidade ou gás. O ponto negativo das residências é que normalmente o preço mensal do quarto é mais alto comparado com um quarto particular alugado. Às vezes, pode ter certas limitações sobre quem entra na residência ou nos horários de check-in e check-out. E em muitos casos as vagas são limitadas e nem todos os alunos conseguem uma vaga.
  • Aluguer particular: alugar um quarto estudantil através de aluguer particular dá-lhe a liberdade de morar exatamente na parte da cidade que quiser, pode optar por ficar perto da universidade ou no centro. O preço do quarto será normalmente inferior ao custo de um quarto numa residência. Pode escolher se quer morar sozinho ou com os parceiros com quem vai dividir a casa. Existem algumas acomodações que oferecem todos os serviços incluídos no preço, mas em outras terá que se preocupar em registar os serviços e colocá-los no seu nome (eletricidade, água, internet) então às vezes é necessário abrir uma conta bancária e registar-se na câmara municipal para pagar as taxas. Para alugueres particulares, é importante conhecer as obrigações e direitos dos inquilinos em cada país para evitar taxas abusivas de agências e locadores. Alguns países regulamentam os alugueres particulares e os inquilinos sabem exatamente o que devem pagar, mas em outros lugares pode encontrar taxas abusivas. Também deve considerar que normalmente precisa fazer um depósito de um mês. O normal é que os alunos não arrendem um quarto ou casa sem antes a terem visitado, para não se encontrar com surpresas indesejadas. Recomendamos viajar algumas semanas antes de o início do ano letivo para conhecer bem as áreas e poder observar os apartamentos pessoalmente, durante o qual pode reservar alojamento em albergue ou hotel até encontrar algo. Resumindo, morar num apartamento de estudante em outro país dá-lhe mais liberdade, mas também envolve mais procedimentos administrativos.

 

2.2 Transporte

Os alunos que vão estudar em outros países geralmente não levam veículo próprio e sempre acabam aproveitando ao máximo o transporte público. O custo do transporte público está ligado com a área onde vive e ao movimento que faz pela cidade, pelo que é importante ter em conta com o ponto de alojamento anterior.

  • Transporte intermunicipal: antes de ir para uma cidade é importante conhecer o sistema de transporte para saber como nos vamos a deslocar. Saiba se tem comboios, metro, autocarro, autocarro noturnos... nem todas as cidades oferecem os mesmos serviços. Sempre tem que pensar em todas as combinações possíveis de hospedagem e transporte. Não só para obter o mais rentável, mas também para saber o tempo que vamos demorar fazendo viagens. Às vezes vale a pena gastar um pouco mais de aluguer mensal e morar mais perto do centro ou de uma gare, do que ir para a periferia e ter que viajar mais de uma hora de metro para ir à universidade. Um ponto importante a ser revisto é que muitos países oferecem cartões de transporte mensais a preço reduzido para estudantes e estudantes estrangeiros.
  • Transporte de cidade para cidade: ponto importante que é raramente considerado, mas que pode afetar muito na hora de viajar. Às ligações entre a sua cidade de origem onde habitualmente vive e a cidade onde pretende ir estudar. Às vezes a cidade que quer ir é maravilhosa e tem uma boa universidade, mas para chegar lá precisa pegar dois comboios, um avião e um autocarro. Se só vai estudar no exterior por um semestre, pode não se importar em fazer uma viagem de 18 horas para ir e voltar, mas se pretende ficar um ano e voltar para casa em datas especiais como Natal e aniversários importantes, ter uma boa conexão entre as cidades é essencial. É essencial, pela logística e tempo da viagem, mas também economicamente, não é o mesmo ir estudar numa cidade onde tem voos diretos por menos de 50€ ao longo do ano, do que ir para outra cidade onde o preço mínimo do bilhete é de 500€.

 

2.3 Moeda, taxa de câmbio e transferências bancárias

Outro aspeto fundamental quando saímos do nosso país é o dinheiro, não apenas o orçamento, mas como vamos usar o dinheiro quando chegarmos a outro país. As vantagens da Europa é que a maioria dos países usa o Euro, portanto não é necessário fazer nenhuma categoria de troca para podermos levar algum dinheiro connosco para cobrir as despesas dos primeiros dias e é muito fácil saber quais categorias de comissões os bancos cobram-nos quando sacamos dinheiro de caixas eletrónicos no exterior. A seguir mostramos diferentes questões a ter em mente quando saímos para estudar:

  • Moeda: se for a mesma moeda usada no país de destino, não há stress, mas se a moeda diferir temos que procurar informações sobre como trocar o dinheiro, onde posso ir a trocar o dinheiro e são as comissões que nos podem cobrar. É sempre aconselhável viajar com algum dinheiro para poder fazer face a despesas à chegada.
  • Cartões multibancos para sacar dinheiro no estrangeiro: o sistema bancário em Portugal pode diferir a outros países e os cartões costumam ter comissões para levantar dinheiro em diferentes multibancos. Se quisermos evitar o pagamento de comissões abusivas é importante obter um cartão que não cobra taxas para levantar dinheiro num multibanco estrangeiro. Atualmente existem vários cartões bancários sem comissões úteis para estudantes que vão para o exterior. Além disso, muitos dos cartões dos chamados “Neobanks” oferecem uma infinidade de moedas na mesma conta, ou seja, pode ter Euros e Dólares e usar um valor ou outro dependendo de onde estiver. A maioria dos alunos poderá passar o ano letivo ou a sua estadia no estrangeiro sem a necessidade de abrir uma conta bancária no outro país, mas por vezes não há outra opção. Alguns bancos estrangeiros oferecem contas especiais para estudantes estrangeiros, onde não é necessário ter endereço e não cobram comissões.

 

2.4 Tarifário de telemóvel e cartões de dados em outros países

O telemóvel tornou-se num dispositivo essencial para quem sai do seu país. É ideal para consultar rotas em mapas, horários de transportes públicos, procurar alojamento... Basicamente, é absolutamente necessário poder ter acesso à internet nos primeiros dias que chega a uma nova cidade da qual não tem muito conhecimento.

  • Roaming na Europa: como já vimos em outras secções, fazer parte da União Europeia tem muitas vantagens e um deles é o Roaming. Se tiver uma taxa de dados em Portugal, graças ao roaming gratuito na Europa, poderá usar esses dados em qualquer outro país sem ser cobrado pelo uso (desde que não exceda o seu limite mensal). Pode rever todas as informações com a sua companhia telefónica, pois pode ser que não precise comprar um novo SIM, no país de destino e possa continuar a usar o seu cartão português sem nenhum custo extra.
  • Dados fora da Europa: quando o estudante tem um país de destino fora da Europa, as coisas ficam mais complicadas e não poderá usar a sua tarifa portuguesa. Assim, cada vez que utilizar os seus dados terá de pagar um extra dependendo do seu operador. É verdade que na maioria das cidades há acesso Wi-Fi gratuito, mas o uso de dados é essencial no início. Existem várias empresas que oferecem SIMs de dados para estudantes ou viajantes que vão para outros países, para você poder usar esse SIM quando chegar ao destino durante 3 ou 4 dias, várias semanas ou até meses. Esta é uma boa solução até conseguir comprar um SIM no país de destino. Uma dica: A melhor opção será sempre comprar um SIM. Os estudantes acostumam olhar para os cartões pré-pagos, pois não queremos nenhuma categoria de contrato, mas verifique todas as opções. Fora existem muitas empresas de telefonia que podem oferecer contratos de apenas 6 ou 12 meses e com melhores condições do que os cartões pré-pagos.

 

Esta é uma lista dos itens de despesa mais significativos de um estudante que vai estudar em outro país. Obviamente há outras coisas a ter em conta e nem sempre temos de nos deixar levar pelo orçamento. Se sempre quis estudar em Roma e é um pouco mais caro do que estudar em Bari, e tem os meios para fazê-lo, não pense nisso e aproveite um bom ano! A última coisa que quer fazer é ir estudar em outro país sem vontade, é um passo complicado e é importante ter energia positiva e muita disposição. Estudar em outros países tem muitas variáveis, se vai sair através de uma bolsa de estudos pode pedir todas as informações no escritório de relações internacionais. Em algumas bolsas, como a Erasmus, algumas faculdades colocam-lhe em contacto com alunos do ano anterior e isso ajuda a tirar muitas dúvidas e a ter informação em primeira mão.

Se vai estudar por conta própria, é mais complicado tirar dúvidas, mas normalmente as universidades criam canais e grupos de alunos recém-chegados para facilitar a adaptação deles à cidade. Também pode encontrar grupos nas redes sociais e fóruns onde há alunos que já tiveram essa experiência e deixar informações muito úteis sobre a universidade, hospedagem e outros temas de interesse.

 

Ir estudar em outro país pode custar muito dinheiro, consulte todas as organizações que oferecem bolsas de estudo para obter ajuda e consulte a nossa secção de descontos para estudantes para economizar nos seus voos, reservas de hospedagem e muitas outras compras... 

 

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@Fotografia do Pixabay

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